quinta-feira, março 30, 2006

Música

“A música é o silêncio a tornar-se realidade.”
Philip Roth

terça-feira, março 28, 2006

O Bilheteiro

Conto-vos uma história breve deste meu Portugal.
Vai uma pessoa ver um espectáculo a uma conceituada sala, expressamente feita para os ditos e depara-se com um senhor de farda, não, não é um polícia, que também os há à porta desses locais (há-os por todo o lado!), mas um senhor que vende bilhetes. É portanto um bilhetelheiro ou bilheteiro ou mesmo, um senhor que vendes bilhetes. Com um computador à frente e um telefone ao lado, lá está ele, para nos vender os ingressos, como se diz no Brasil, e qualquer dia em Portugal, à velocidade com que nos assenhoramos das expressões dos outros... Bem, ou então para os reservar ao público indeciso que tem na sua vida muita coisa com que se preocupar e a sua decisão final depende de diversos factores, pois não quer comprar bilhetes em vão. Assim, preferindo eu o contacto visual ao contacto telefónico, lá fui com a intenção de reservar dois bilhetes para o espectáculo. Fiquei-me pois pela intenção! O senhor, investido pelo poder que a farda lhe confere, lá me diz que não, as reservas não podem ser feitas pessoalmente, só por telefone. São regras! Ora eu, feroz adepta da simplificação da vida, lá tentei perceber como podia ser possível, estando ali, não poder fazer as reservas no momento e ter de fazê-las por telefone. A minha tentativa de persuadi-lo a agir logicamente foi debalde. Mas não me resignei! Pedi o número de telefone e saindo furiosa, coloquei-me descaradamente em frente à porta de vidro e reservei os bilhetes! Será que o senhor percebeu a irracionalidade daquela regra? Enfim, resta-nos a esperança.

Teresa Rouxinol

sexta-feira, março 24, 2006

Ainda na memória...

Duarte & Companhia

Eu sou um aventureiro, detective destemido
O primeiro a chegar, quando tudo está tremido
Nasci para ser amado, e não tenho culpa disso
As mulheres é que conhecem, o poder do meu feitiço
Àquilo que mete medo, respondo com um sorriso

Quando o perigo acontece, eu estou onde for preciso

Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia

Permitam que me apresente, sou um talento e sou audaz
Vivo uma ponta de medo, sou às vezes bem capaz
Sigo o chefe diligente, vá ele para onde for
Mas se não houver sarilho, para mim é bem melhor

Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia

Mal me faz a timidez, que me leva a hesitar
E abuso sempre ‘porquês’ se me querem abraçar
E se me fazem feliz, mas que posso eu fazer
Se estrago as coisas boas, que me estão a acontecer

Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia
Nós somos o Duarte & Companhia



Zé Gato

A cidade é para fazer dinheiro
E se tu és um tipo inteiro
Vais passar um mal bocado

Vais ver o que custa não ser ouvido
No meio de tanto homem vendido
Em silêncio comprados

Quem és tu, Zé Gato?
O que é que te faz correr
Pelos cantos mais sujos desta terra

Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra

Quem és tu, Zé Gato?

Mas tu és teimoso como um burro
Vai na luva ou venha à murro
Nada te faz desistir

A luta é de vida ou de morte
Mas a consciência é mais forte
E não te deixa fugir

Quem és tu, Zé Gato?
O que é que te faz correr
Pelos cantos mais sujos desta terra

Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra

Quem és tu, Zé Gato?

És mais um caso de solidão
Porque afinal poucos são
Os que se entendem contigo

E às vezes é num marginal
Que vais encontrar, encontrar a tal
Compreensão de amigo

Quem és tu, Zé Gato?
O que é que te faz correr
Pelos cantos mais sujos desta terra

Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra

Quem és tu, Zé Gato?



quarta-feira, março 15, 2006

"Arlequim" - Fotografias


"Arlequim – Sim senhor, consegui essa proeza. Meti-me nesta embrulhada sem pensar, para me pôr à prova. Durou pouco tempo, é verdade, mas ao menos tive a glória de não ter sido descoberto até que eu próprio me descobrisse por amor de uma rapariga. Deu-me muito trabalho e também cometi alguns erros, mas espero que, por amor da extravagância, todos os senhores me desculpem."

"Arlequim, Servidor de Dois Amos" no TNDMII

Autor: Carlo Goldoni
Tradução, Adaptação e Encenação: Filipe Crawford
Interpretação: Alexandre Pedro, Anabela Mira, Andreas Piper, Anna-Louise Konczak, Carlos Pereira, Diana Costa e Silva, Guilherme Noronha, João Paulo Silva e Vasco de Campos.
● De 7 a 26 de Março de 2006 na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II;
(3ª Feira a Sábado às 21h45 e Domingo às 16h15)